Helena

Posso te ver em minhas lembranças , nela te vejo viva, alegre, em plena confecção das  tuas bonecas de pano.
O pano em flor com rendas vai se transformando num mimo de encantamento, o pano branco da forma ao corpinho delicado, a cabeça vem completar a tua criação, falta a pintura do rostinho, suas mãos tão delicada não possui o dom da pintura, suplica ao Pisite, que da vida para aquele rostinho, ele na sua preguiça quer resistir, mas ao ver a tua criação cede.
Não há criança ou adulto que regista, logo a infância brota dentro do coração.
Na tua bagunça diária  na calma de cada dia, no deixa para lá.
Vai a vida passando, a distancia deixa o teu olhar saudoso, o meu coração a saudade também bate, pelos dias que passamos andando pelas ruas de São Paulo, foi  com o seu jeito tão simples que conheci tudo por ai.
Agora vejo em cada filho seu um pouco te ti, a menina Juliana que mais traz o teu olhar, meus sobrinhos já tão moços, me faz entristecer pois sei que os olhos estão a chorar por causa ti.
Você se foi , sem pensar  que a  mais de 15 anos que eu não te via, sem saber do teu sofrimento, no derradeiro  momento não pude me despedir.
Mais a vida é assim quando menos se espera, vem a triste noticia , agora  só nos resta  reviver a tua lembrança  para que a tua luz nunca se apague na doce recordação da tua existência que viveu aqui !
Que Deus a tenha !